sábado, 12 de julho de 2025

VIBRAÇÃO - VIBRO

 

VIBRAÇÃO 

Vibração entre vibrações

vibro também

Sol água vento Eu Sou

em frequências distintas

outro movimento

Se veloz vibro ou lento

sou quem Sou, sendo

quem posso, quem sustento

ser no Ser neste momento

o único existente,

o Uno em mim sendo

Vibro, não cobro!

Me descubro me desdobro

o quanto posso o quanto sonho

luz mesmo medonho

Sendo esse tanto de Luz

condensada confesso

expresso pouco pouco

dessa Luz em cada verso

em que converso com meu louco

lindo lado avesso sendo assim ainda pouco

do Todo, nunca excesso pouco expresso!

 

VIBRO

Vibro inter vibroj

vibras ankaŭ mi

Mi Estas Suno akvo vento

laŭ unikaj frekvencoj

aliaj movoj

Se rapide se lante vibras mi

mi estas kiu mi Estas,  

kiom mi eblas, kiom kapablas

esti Estulo ĉi-momente

la sola ekzistanta,

Unuo en mi estanta

mi vibras, ne postulas!

Mi min malkovras penas

kiom mi povas kiom mi revas

esti lumo eĉ se terura

estas mi tioma Lumo

kondensata mi konfesu

iom nur iom mi esprimas 

de tiu Lumo en ĉiu verso

per kiu mi dialogas kun mia freneza

reversa linda flanko

estas mi do ankoraŭ iom

de Tutaĵo, neniam eksceso!


POEZIA MISTERO

 

Poezimistero

Paŭlo Nascentes








Poezia mistero.

Komponi poemojn

similas al ĉiela nubo-arigo:

arigo de spiro, blov’vortigo.

Nubo montriĝas, ostro-iĝas,

aliiĝas – subita apero.


Poemo sin rivelas: malpli diraĵo,

plie kaŝitaĵo.

Poezion poemo vualigas.

Poezio malvualiĝas,

praa Suno sentempa.

Poezio Verbostaras

aŭ silentas

nubopalpebrume!


Poesia, mistério.

Compor poemas

se parece a amealhar nuvens no céu:

coleção de sopro, dar voz ao sopro.

Nuvem se mostra, faz-se ostra,

metamorfose - aparição súbita.


Poema se revela: menos o dito

mais o velado.

Poema vela a Poesia

A Poesia se despe dos véus,

Sol arcano atemporal.


Poesia Verbo-instaura

ou silencia

nuvem: piscar-de-olhos!




 

NUANCE - NUANCO

 


NUANCE

sinto nuances no espectro

dos sentidos de cada palavra

sei conotações e aspectos

ainda os mais sutis

de quem as debulha e escava

conhecedor de seus ardis

nelas afasto um solecismo

um pleonasmo um murmúrio

não me escapa

nem mesmo o aceno espúrio

o chute de trivela não de chapa

sortilégios augúrios nada escapa

nelas só me seduz

a seda o macio da luz

essa só me extasia

se encontro onde a pus

o viço a graça a luz da poesia

se poética, se amplia nunca se reduz

sacia seu buquê de luz

no ritmo goteja a poesia

na sílaba íntima e legítima

da libido da lambida 

no ritmo da lambada

o lombo o tombo das delícias


NUANCO

sentas mi nuancojn en la senco-spektro

de ĉiu vorto la profilo

scias mi konotaci-aspektojn

eĉ la plej subtilajn

kiu ilin disgrajnigas elkavigas

konas iliajn ruzojn brilajn

el ili mi forigas solecismon

pleonasmon flustron

min ne preterlasas

eĉ mem la bastarda signo-faro

la flanka ŝoto ne de plato

sortoj aŭguroj ne eskapas

el ili nur allogas min

la mildo la lum' de silko

kiu nur min ravas

se ĝin mi trovos kie lasis

la forto gracio lum’ de poezio

se poezia, grandiĝas, neniam atenuas sin

sian lum-bukedon satigas

ritme pogutas poezio

per intima silabo legitima

de l' libido de lekado

ritme de lambado

lumbe de l’ delicoj-falo


FORÇA, AMIGO GERI!

 


FORÇA, AMIGO GERI!

Também estive doente e internado em hospital. Foi em 1998 e quase fui embora deste Planeta. Fiquei muito fraco, não queria nem beber água. Comida então nem pensar. Nada descia. Se insistisse, nada parava no estômago. Milagre aconteceu e recuperei o bem mais precioso, a Vida, a minha vida. Só fui ao hospital te visitar uma vez. De volta ao Rio, sua irmã é que foi várias vezes e me dava notícias. Preferi vir pro Rio e ficar com minha irmã. Cada pequena melhora sua me alegrava muito.

Quando estava internado, o tempo não parecia passar, as horas se arrastavam no relógio. Cada vez que via meu rosto magro no espelho, um susto. Onde estava o brilho dos olhos e o ânimo de viver? Em 1998 meu primeiro neto estava para nascer. Hoje já é adulto. Cheio de medo não resistir àquele sofrimento todo, passei a me agarrar na esperança de ver meu neto, que iria chegar, como chegou, em novembro. Mas, no hospital, a mesma paisagem monótona de sempre. Eu pensava: “Que graça tem eu ir embora do Planeta agora, sem nem conhecer o meu neto!” Isso me fez reagir. Era a força que me faltava e comecei a reagir! Voltei a me alimentar, fazer as necessidades naturais sem auxílio de sondas, a respirar por mim mesmo. Comecei a melhorar rapidamente. Só queria sair dali e me recuperar em casa. Queria ficar bom e me preparar para conhecer meu primeiro neto. Ao nascer, o olhar do Gustavinho era minha força diária.

Hoje ainda procuro o sentido de estar vivo, mas meus netos têm uma importância que nem mesmo eles sabem. Mas, eu sei. No meu caso, em nenhuma filosofia, me nenhuma religião, ideologia nenhuma me dá respostas completas para o tal sentido da vida. Hoje, só sei que o melhor é continuar vivo, passear, viajar, conhecer o mundo e ver a alegria que a minha recuperação causou naquelas pessoas que me amam. Saber o sentido da vida, pode ficar pra depois. O que eu quero mesmo é viver. Viver junto às pessoas amadas, sem filosofias, religiões, ideologias. O sentido da vida ficou mais simples agora – é só viver, estar vivo ao lado de quem nos ama. Pra quê mais? Desfrutar a Vida, sem passado, sem pensar no futuro. A Vida em si já é meu melhor presente!

Força, meu caro! Como canta o Gonzaguinha: “Viver, ê, ô, ê, ô e não ter a vergonha de ser feliz/ cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz!”



FORTON, AMIKO GERI!

Ankau mi malsanighis kaj internighis en hospitalo. Tio okazis en 1998 kaj mi preskau foriris el tiu chi Planedo. Malfortighinte, nek akvon mi volis trinki. Manghagho do neniel. Nenion mi sukcesis engluti. Se insisti, nenio haltis en la stomako. Miraklo okazis kaj mi ekhavis la plej preciozan aferon, la Vivon, mian vivon. Nur unu foje mi vizitis vin en la hospitalo. Reveninte al Rio, via fratino ja plurfoje iris tien kaj noticis pri vi. Mi preferis resti en Rio che mia fratino. Chiun diskretan plibonigon vian signifis grandan ghojon por mi.

Dum mia internigho, tempo shajnis ne pashi, en la horlogho la horoj ne pashis. Chiam kiam mi vidis mian magran vizaghon sur la spegulo, ektimo. Kie la brilo de miaj okuloj kaj la vivdeziro? En 1998 mia unua nepo estis naskighonta. Hodiau li estas jam plenkreskulo. Plena je timo ne rezisti al tiu suferado, mi ekprenis la esperon koni mian nepon, jhus alvenonta, kiel ja alvenis, en novembro. Tamen, en la hospitalo, la sama monotona pejzagho chiama. Mi pensis: “Que graça tem eu ir embora do Planeta agora, sem nem conhecer o meu neto!” Isso me fez reagir. Era a força que me faltava e comecei a reagir! Voltei a me alimentar, fazer as necessidades naturais sem auxílio de sondas, a respirar por mim mesmo. Comecei a melhorar rapidamente. Só queria sair dali e me recuperar em casa. Queria ficar bom e me preparar para conhecer meu primeiro neto. Ao nascer, o olhar do Gustavinho era minha força diária.

Hoje ainda procuro o sentido de estar vivo, mas meus netos têm uma importância que nem mesmo eles sabem. Mas, eu sei. No meu caso, em nenhuma filosofia, me nenhuma religião, ideologia nenhuma me dá respostas completas para o tal sentido da vida. Hoje, só sei que o melhor é continuar vivo, passear, viajar, conhecer o mundo e ver a alegria que a minha recuperação causou naquelas pessoas que me amam. Saber o sentido da vida, pode ficar pra depois. O que eu quero mesmo é viver. Viver junto às pessoas amadas, sem filosofias, religiões, ideologias. O sentido da vida ficou mais simples agora – é só viver, estar vivo ao lado de quem nos ama. Pra quê mais? Desfrutar a Vida, sem passado, sem pensar no futuro. A Vida em si já é meu melhor presente!

Força, meu caro! Como canta o Gonzaguinha: “Viver, ê, ô, ê, ô e não ter a vergonha de ser feliz/ cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz!”



sexta-feira, 11 de julho de 2025

ENTÃO, FOI ASSIM?

 Entrevista gravada Rádio Nacional AM de Brasília (DF) | Paulo P. Nascentes

- Data : sexta-feira (09/05)

- Horário : 16h horário de Brasília

- Duração : entre 15 e 20 minutos

- Formato : gravado, por telefone (via ligação no Whatsapp)

- Veículo : Rádio Nacional AM de Brasília, uma das maiores do Distrito Federal, que pertence à EBC 

- Link do veículo : https://radios.ebc.com.br/radionacional

- Pauta : Livro “Rabiscos poéticos de um sem noção” + O papel e desafios da literatura com o avanço da IA

- Entrevistado(a): Paulo P. Nascentes

- Apresentador : Pedro Pontes 

- Produção : Roberta Franca Stuckert - 61 9951-2447

VIBRAÇÃO - VIBRO

  VIBRAÇÃO  Vibração entre vibrações vibro também Sol água vento Eu Sou em frequências distintas outro movimento Se veloz vibro ...