sábado, 12 de julho de 2025

FORÇA, AMIGO GERI!

 


FORÇA, AMIGO GERI!

Também estive doente e internado em hospital. Foi em 1998 e quase fui embora deste Planeta. Fiquei muito fraco, não queria nem beber água. Comida então nem pensar. Nada descia. Se insistisse, nada parava no estômago. Milagre aconteceu e recuperei o bem mais precioso, a Vida, a minha vida. Só fui ao hospital te visitar uma vez. De volta ao Rio, sua irmã é que foi várias vezes e me dava notícias. Preferi vir pro Rio e ficar com minha irmã. Cada pequena melhora sua me alegrava muito.

Quando estava internado, o tempo não parecia passar, as horas se arrastavam no relógio. Cada vez que via meu rosto magro no espelho, um susto. Onde estava o brilho dos olhos e o ânimo de viver? Em 1998 meu primeiro neto estava para nascer. Hoje já é adulto. Cheio de medo não resistir àquele sofrimento todo, passei a me agarrar na esperança de ver meu neto, que iria chegar, como chegou, em novembro. Mas, no hospital, a mesma paisagem monótona de sempre. Eu pensava: “Que graça tem eu ir embora do Planeta agora, sem nem conhecer o meu neto!” Isso me fez reagir. Era a força que me faltava e comecei a reagir! Voltei a me alimentar, fazer as necessidades naturais sem auxílio de sondas, a respirar por mim mesmo. Comecei a melhorar rapidamente. Só queria sair dali e me recuperar em casa. Queria ficar bom e me preparar para conhecer meu primeiro neto. Ao nascer, o olhar do Gustavinho era minha força diária.

Hoje ainda procuro o sentido de estar vivo, mas meus netos têm uma importância que nem mesmo eles sabem. Mas, eu sei. No meu caso, em nenhuma filosofia, me nenhuma religião, ideologia nenhuma me dá respostas completas para o tal sentido da vida. Hoje, só sei que o melhor é continuar vivo, passear, viajar, conhecer o mundo e ver a alegria que a minha recuperação causou naquelas pessoas que me amam. Saber o sentido da vida, pode ficar pra depois. O que eu quero mesmo é viver. Viver junto às pessoas amadas, sem filosofias, religiões, ideologias. O sentido da vida ficou mais simples agora – é só viver, estar vivo ao lado de quem nos ama. Pra quê mais? Desfrutar a Vida, sem passado, sem pensar no futuro. A Vida em si já é meu melhor presente!

Força, meu caro! Como canta o Gonzaguinha: “Viver, ê, ô, ê, ô e não ter a vergonha de ser feliz/ cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz!”



FORTON, AMIKO GERI!

Ankau mi malsanighis kaj internighis en hospitalo. Tio okazis en 1998 kaj mi preskau foriris el tiu chi Planedo. Malfortighinte, nek akvon mi volis trinki. Manghagho do neniel. Nenion mi sukcesis engluti. Se insisti, nenio haltis en la stomako. Miraklo okazis kaj mi ekhavis la plej preciozan aferon, la Vivon, mian vivon. Nur unu foje mi vizitis vin en la hospitalo. Reveninte al Rio, via fratino ja plurfoje iris tien kaj noticis pri vi. Mi preferis resti en Rio che mia fratino. Chiun diskretan plibonigon vian signifis grandan ghojon por mi.

Dum mia internigho, tempo shajnis ne pashi, en la horlogho la horoj ne pashis. Chiam kiam mi vidis mian magran vizaghon sur la spegulo, ektimo. Kie la brilo de miaj okuloj kaj la vivdeziro? En 1998 mia unua nepo estis naskighonta. Hodiau li estas jam plenkreskulo. Plena je timo ne rezisti al tiu suferado, mi ekprenis la esperon koni mian nepon, jhus alvenonta, kiel ja alvenis, en novembro. Tamen, en la hospitalo, la sama monotona pejzagho chiama. Mi pensis: “Que graça tem eu ir embora do Planeta agora, sem nem conhecer o meu neto!” Isso me fez reagir. Era a força que me faltava e comecei a reagir! Voltei a me alimentar, fazer as necessidades naturais sem auxílio de sondas, a respirar por mim mesmo. Comecei a melhorar rapidamente. Só queria sair dali e me recuperar em casa. Queria ficar bom e me preparar para conhecer meu primeiro neto. Ao nascer, o olhar do Gustavinho era minha força diária.

Hoje ainda procuro o sentido de estar vivo, mas meus netos têm uma importância que nem mesmo eles sabem. Mas, eu sei. No meu caso, em nenhuma filosofia, me nenhuma religião, ideologia nenhuma me dá respostas completas para o tal sentido da vida. Hoje, só sei que o melhor é continuar vivo, passear, viajar, conhecer o mundo e ver a alegria que a minha recuperação causou naquelas pessoas que me amam. Saber o sentido da vida, pode ficar pra depois. O que eu quero mesmo é viver. Viver junto às pessoas amadas, sem filosofias, religiões, ideologias. O sentido da vida ficou mais simples agora – é só viver, estar vivo ao lado de quem nos ama. Pra quê mais? Desfrutar a Vida, sem passado, sem pensar no futuro. A Vida em si já é meu melhor presente!

Força, meu caro! Como canta o Gonzaguinha: “Viver, ê, ô, ê, ô e não ter a vergonha de ser feliz/ cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz!”



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