Dulingva poezia blogo, kompromise kun beleco, harmonio, filozofio, kulturo, simpleco, amo al humanisma Arto.
04/10/2025
QUÍMICA DA PELE - HAŬTA KEMIO
11/09/2025
DEBULHAR - DISGRAJNIGO
DEBULHAR
Se trago
ainda
no cesto das
minhas colheitas
os grãos do
milho debulhado
de tantas antigas espigas
na esperança
oblíqua
de renovado
pão, patético constato
o não-saber
amealhado
de tantas
infrutíferas colheitas
qual pele
solta debulhar
em busca do
grão ilusório
da inglória
imperfeição.
Quero a
humilde aceitação
que meu saber
provisório
convive com o
saber absoluto.
Só na humilde
aceitação
do tempo
sábio da natureza
posso me
mover sem esforço
do fragmento
que estou
no alfa-ômega
ao diamante Eu Sou!
DISGRAJNIGI
Se ankoraŭ mi portas
en
la kesto de miaj rikoltoj
la
grajnon de la disgrajniga maizo
de
tiomaj antikvaj spikoj
en
la oblikva espero
de renoviga pano,
patosa mi konstatas
la
troŝpara ne-scio
de
tiomaj senprofitaj rikoltoj
kia
malligita haŭto disgrajnigi
serĉe
de la iluzia grajno
de
la sen-glora neperfekteco.
Mi
volas la humilan akcepton
pri
tio ke mia provisora scio
kunvivadas kun la absoluta scio.
Nur
en la humila akcepto
de
la saĝa tempo de la naturo
mi
povas leĝera movi
de
la fragmento kie nun mi estas
en
la alfa-omego al la diamanto Mi Estas!
24/08/2025
CHAMA TRINA / TRINO FLAMO
CHAMA
TRINA
Inspiro
Luz, retenho Vida, exalo Amor!
Inspiro
oito, retenho oito, exalo oito,
Sempre
que d'Isso me lembrar
Reluz
– rebrilha a fé
Oito
– o infinito ao se deitar
Infinito
– o oito já de pé
Luz,
Vida, Amor – meu Altar
Confio
assim no que vier!
Exalo
Amor, retenho Vida, inspiro Luz!
Inspiro
e conto de um a oito,
Sempre
d’Isso a me lembrar
Rebrilha
em luz a minha fé
No
Infinito me deito a repousar
Oito
minutos comigo em comunhão
Luz Divina, Vida Una, o Amor amar
E
Ser na Luz como ressurreição!
TRINO FLAMO
Mi inspiras Lumon, retenas Vivon, elspiras Amon!
Mi inspiras ok, retenas ok, elspiras ok,
Ĉiam pri Tio memoras mi
Relumas – rebrilas la fid’
Okto – Infinito kuŝanta ja
Infinito – ok surpiede ja
Lum’, Viv’, Am’ – mia Altar’
Mi fidas je kio okazis ja!
Mi elspiras Amon, retenas Vivon, inspiras Lumon!
Mi inspiras kaj kalkulas unu al okto,
Ĉiam pri Tio memoras mi
Rebrilas lume mia fid’
Sur Infinito mi kuŝas en ripoz'
Ok minutojn ĉe mi en komuni’
Dia Lum’, Unu Viv’, amas Am’
Kia resurekto mi Estas Lum’!
23/08/2025
LIBERA / LIVRE
LIBERA
Libera je
ajna ligo je ajna tempo
mi pace foriras libera el pasinteco
libera el estonteco mi vivas kaj spiras
en ĉi tiu
estanteco eterna senfina
malobstina
el pasintaj kontraktoj
nun mi vivas mian propran vivon
miajn proprajn aktojn
respondece pri tiu pardono en mi
naskiĝinta libera sen ajna ligo
al estinta
tempo do al pasinteco
de num mi vivas en hodiaŭa nuneco
Tiel estu! Tiel estas!
Farite estu laŭ la Dia graco!
LIVRE
Livre de qualquer ligação a
qualquer tempo
em paz me vou e assim não piro
livre do passado livre mesmo do futuro
eu vivo e aqui respiro aqui mesmo
no presente
eterno sem fim nenhuma
obstinação
a contratos passados vivo agora
agora vivo a minha própria vida vivo
meus próprios atos
responsável por esse perdão nascido
em mim
agora nascido livre sem qualquer
ligação
ao passado, então, agora vivo no agora
hoje vivo no agora, agora vivo o
instante
Assim seja! Assim é!
Está feito o instante meu
segundo a graça de Deus!
17/08/2025
PUDICÍCIA / SEKS-HONTO
PUDICÍCIA
Certeira pergunta em seta
o alvo mira e acerta
leitora, se sabe responda:
será que o poeta punheta?
Da pergunta não se esconde
não se altera ou se perturba
leitora, a seminal pergunta:
poeta enfim se masturba?
Sêmen semente poema
o poeta extrai no ato
o ritmo é o estratagema?
Não briga de tão pacato
mesmo que no gozo gema
seu gemido é seu recato!
SEKS-HONTO
Saĝa demando saga
la celon celas kaj trafas
legantin’, se vi scias diru:
poeto ĉu sin masturbas?
De la demando ne sin kaŝas
ne ŝanĝiĝas,
perturbiĝas,
legantin’, jen demando tute sema:
poeto ĉu sin masturbas?
Semo semino poemo
la poeto ion tuj eltiras
la ritmo ĉu artifiko?
Tro pacema li ne batalas
eĉ se volupte
li ĝemu
sia ĝemo jen
singardo!
15/08/2025
APORIA / APORIO
APORIA
O termo está no dicionário. Não me alongarei sobre seu significado. Sensação corporal é de mais peso. Existência sem bússola, navegação em noite de nevoeiro, sem norte, sem estrela polar.
Dor milenar da alma expressa como coceira compulsiva. Chute para fora da meta insabida. Mesmo com o goleiro batido, sozinho, gol escancarado, o absurdo chute por cima do travessão.
Dizem que a noção de pecado é a seta que não atinge o alvo. Mas, onde a seta, onde o alvo, onde os círculos concêntricos se nem concentração se consegue no turbilhão - centro do furacão - em que me encontro, perdido no girar sem trégua, sem diplomacia, sem cessar-fogo? E que fogo estranho é esse que arde insidioso em minh pele dilacerada? Fico raspando incessante películas - e a película traz um enredo que parece não ter fim.
Momento angustiado de dor incessante e de aporia. Como perder-se no intervalo entre uma expiração prolongada ad infinitum, mas sem lampejo de inspiração. Memo este texto rola na cama sem pegar no sono. Filme que se desenrola sem roteiro, direção e rumo não é aporia? Se pudesse pôr um fim nessa película de quinta categoria, pediria um formulário, preencheria e nele aporia assinatura, rubrica e decretaria o fim dessa aporia.
Mas, sigo na representação de um papel cujas falas não decorei, falas cujas inflexões venho distorcendo e atrapalhando os companheiros de elenco, que poderiam ao menos me dar a deixa de um improviso. Aporia é esse não dançar a trilha sonora, não contracenar com a mocinha, não dar o soco cênico ou obsceno no bandido. E vê-lo ensanguentado a derrubar o cenário na queda roliudiana.
Vontade de rebobinar a fita e recomeçar a trama. Outra trama. Mas, nem fita tem, que hoje é tudo playlist, é tudo virtual, com exceção dessa coceira infernal - que é dor da alma a machucar no corpo.
Já pedi à produção pra me dispensar do elenco. Não quero mais filme de guerra, nem bangue-bangue, nem comédia sem graça. Me transfere, produção, agora mesmo para um filme bobinho. Desses de passar na Sessão da Tarde. E por favor, chega de aporia! Corta! Cai o pano!
APORIO
La termino estas en la vortaro. Mi ne prilongigos pri ĝia signifo. Korpa sensacio estas pli peza. Ekzisto sen kompaso, navigado dum nebulega nokto, sen norto, sen gvida-stelo.
Miljara doloro de la animo esprimita kiel kontraŭvola juko. Ŝoto for de la malsciita celo. Malgraŭ la venkita golulo, tutsola, malfermega golo, la absurda ŝoto supren la kvertrabo.
Oni diras, ke la
nocio pri peko estas la sago, kiu maltrafas la celon. Sed, kie la sago, kie la
celo, kie la koncentraj cirkloj eĉ koncentron oni ne atingas en la turno-vento
- la centro de la uragano - kie mi troviĝas, perdita en la milit-paŭza
karuselo, sen diplomatio, sen fajro-ĉesigo? Sed kiu stranga fajro estas tiu,
kiu insidema sur mia disŝirita haŭto? Restas mi skrapante senĉesaj
filmoj, haŭtetoj - kaj la filmo venigas intrigon, kiu ŝajnas ne fini.
Korprema momento
de senĉesa doloro kaj de aporio. Kiel sin perdi en la paŭzo inter longa
elspiro ad infinitum, sed sen inspira brileto. Eĉ tiu ĉi
teksto surlite ruliĝas sen fali en dormemon. Filmo kiu disvolviĝas sen irvojo,
direkto, destino ĉu ne estas aporio? Se mi povos fini tiun filmon de kvina
kategorio, mi plenigus formularon kaj sur ĝi surmetus subskribon, rubrikon kaj
dekretus la finon de tiu aporio.
Sed, daŭras mi en
la reprezentado de rolo kies dirojn mi ne parkeris, diroj kies moduladon mi
distordadas kaj malhelpadas la kunulojn de "casting", kiuj povos
almenaŭ doni al mi la replikon de improvizo. Aporio estas tiu ne danci la sonan
trakon, ne kunagi kun la rolulino, ne scene aŭ obscene pugno-bati la banditon.
Kaj vidi ĝin plena je sango faligi la scenejo dum holivuda falo.
Volo
renversi la bendon kaj rekomenci la intrigon. Alia intrigo. Sed, nek filmo
estas, hodiaŭ ĉio estas plejlisto, estas ĉio virtuala, escepte de tiu infera
juko - kiu estas anima doloro kiu vundas la tutan korpon.
Jam mi
petis al la filmproduktanto min liberigi el la "casting". Mi volas ne
plu militfilmon, nek bang-bang filmon, nek senĉercan komedion. Transloku min,
filmproduktanto, ĵus nun al naiva filmo. Tiuj por montri en la Vespera Sesio. Kaj bonvole, ne plu
aporio! Haltu! Falu la kurteno!
FORÇA, AMIGO GERI! / FORTON, AMIKO GERI!
FORÇA, AMIGO GERI!
In memoriam
Também estive doente e internado em hospital. Foi em 1998 e quase fui embora deste Planeta. Fiquei muito fraco, não bebia nem água. Comida então nem pensar. Nada descia. Se insistisse, nada parava no estômago. Milagre aconteceu e recuperei o bem mais precioso, a Vida, a minha vida. Só fui ao hospital te visitar uma vez. De volta ao Rio, sua irmã é que esteve com você várias vezes e me dava notícias. Preferi vir ao Rio e ficar com minha irmã. Cada pequena melhora sua me alegrava muito.
Quando estava internado, o tempo não parecia passar, as horas se arrastavam no relógio. Cada vez que via meu rosto magro no espelho, um susto. Onde estava o brilho dos olhos e o ânimo de viver? Em 1998 meu primeiro neto estava para nascer. Hoje já é adulto. Cheio de medo não resistir àquele sofrimento todo, passei a me agarrar na esperança de ver meu neto, que iria chegar, como chegou, em novembro daquele ano. Mas, no hospital, a mesma paisagem monótona de sempre. Eu pensava: “Que graça tem eu ir embora do Planeta agora, sem nem conhecer o meu neto!” Isso me fez reagir. Era a força que me faltava e comecei a reagir! Voltei a me alimentar, fazer as necessidades naturais sem auxílio de sondas, a respirar por mim mesmo. Comecei a melhorar rapidamente. Só queria sair dali e me recuperar em casa. Queria ficar bom e me preparar para conhecer meu primeiro neto. Ao nascer, o olhar do Gustavinho era minha força diária.
Hoje ainda procuro o sentido de estar vivo, mas meus netos têm uma importância que nem mesmo eles sabem. Mas, eu sei. No meu caso, em nenhuma filosofia, nenhuma religião, ideologia nenhuma me dá respostas completas para o tal sentido da vida. Hoje, só sei que o melhor é continuar vivo, passear, viajar, conhecer o mundo e ver a alegria que a minha recuperação causou naquelas pessoas que me amam. Saber o sentido da vida, pode ficar para depois. O que eu quero mesmo é viver. Viver junto às pessoas amadas, sem filosofias, religiões, ideologias. O sentido da vida ficou mais simples agora – é só viver, estar vivo ao lado de quem nos ama. Para quê mais? Desfrutar a Vida, sem passado, sem pensar no futuro. A Vida em si já é meu melhor presente!
Força, meu caro! Como canta o Gonzaguinha: “Viver, ê, ô, ê, ô e não ter a vergonha de ser feliz/ cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz!”
FORTON, AMIKO GERI!
In memoriam
Ankaŭ mi malsaniĝis kaj interniĝis en hospitalo. Tio okazis en 1998 kaj mi preskaŭ foriris el tiu ĉi Planedo. Malfortiĝinte, nek akvon mi volis trinki. Manĝaĵo do neniel. Nenion mi sukcesis engluti. Se insisti, nenio haltis en la stomako. Miraklo okazis kaj mi ekhavis la plej preciozan aferon, la Vivon, mian vivon. Nur unu foje mi vizitis vin en la hospitalo. Reveninte al Rio, via fratino ja plurfoje iris ĉe vi kaj noticis pri vi. Mi preferis resti en Rio ĉe mia fratino. Ĉiun diskretan plibonigon vian signifis grandan ĝojon por mi.
Dum mia interniĝo, tempo ŝajnis ne paŝi, en la horloĝo la horoj ne paŝis. Ĉiam kiam mi vidis mian magran vizaĝon sur la spegulo, ektimo. Kie la brilo de miaj okuloj kaj la vivdeziro? En 1998 mia unua nepo estis naskiĝonta. Hodiaŭ li estas jam plenkreskulo. Plena je timo ne rezisti al tiu suferado, mi ekprenis la esperon koni mian nepon, ĵus alvenonta, kiel ja alvenis, en novembro de tiu jaro. Tamen, en la hospitalo, la sama monotona pejzaĝo. Mi pensis: “Kiu senco estas, mi foriri nun el la Planedo, sen eĉ koni mian nepon!” Tio instigis min. Jen la mankanta forto kaj mi ekreagis! Refoje mi min nutris, ekfaris miajn naturajn necesojn senhelpe de ajna aparato, spiris mem. Tuj kaj rapide mi pliboniĝis. Mia sola volo estis foriri el tie kaj resaniĝi hejme. Mi volis plene resaniĝi kaj min prepari por koni mian nepon. Ĵus naskiĝinta, la rigardo de Gustavinho estis mia ĉiutaga forto.
Hodiaŭ mi ankoraŭ priserĉas la sencon esti vivanta, sed miaj genepoj havas tioman gravecon, kiun eĉ ili mem ne priscias. Sed, mi ja scias. Miaflanke, neniu filozofio, neniu religio, ajna ideologio donas al mi kompletajn respondojn pri iu ajn vivosenco. Hodiaŭ, mi nur scias, ke plej bone estas daŭre vivi, promeni, vojaĝi, koni la mondon kaj vidi la ĝojon pri mia plibonigo, konstati la ĝojon, kiu mia resaniĝo kaŭzis ĉe miaj amataj personoj. Scii la vivosencon povos veni poste. Vivi estas tio kion ja mi volas. Vivi ĉe la amataj personoj, sen filozofioj, religioj, ideologioj. Nun la vivosenco iĝis pli simpla – sufiĉas vivi, daŭri vivanta ĉe tiuj kiuj nin amas. Kial pli? Ĝui la Vivon, sen pasinteco, sen pensi pri la estonto. Vivo mem estas jam mia plejbona donaco!
Forton, karulo! Kiel kantas Gonzaguinha: “Vivi, ê, ô, ê, ô kaj ne honti feliĉi/ kanti kaj kanti kaj kanti la belecon esti eterna lernanto!”
14/08/2025
SEM DANÇA / SEN DANCO
SEM DANÇA
doença cansa ausência de dança
nasce do receio de ser livre
de viver o recreio
se a doença veio o medo veio antes
esse terrível caudilho lhe impede que cantes
te prende no mesmo trilho
doença cansa repetição estribilho
falha da criação doença e estagnação
trem refém do trilho
doença cansa na doença não se dança
padrão de repetição água ali estagnada
trilho trem descarrilado
venha a luz da criação, que corre fora do trilho
na trilha do coração!
SEN DANCO
malsano min lacigas malĉeesto de danco
naskiĝas el la timo iĝi libera
vivi la libertempon
se l’ malsano venis la timo antaŭe venis
tiu terura kaŭdilo malrajtas vin kanti
vin ligas al la sama rejlo
malsano min lacigas ripeto rekantaĵo
manko de la kreado malsano plia stagno
trajno garantiul’ de l’ rejlo
malsano min lacigas malsane oni ne dancas
normo de ripetado akvo tie stagna
rejlo elreliĝita trajno
venu la lum’ de la kreado, kiu de rejlo kuras
for
sur la pado de la kor’!
VENONTA DIMENSIO VINDOURA DIMENSÃO
VENONTA DIMENSIO Manko kaj abundo - natura abunda leĝo - sen banko, ŝuldo, kvazaŭ reĝo. Abundo, abundo, abundo, manko de ajna ...
-
CONCLAVE DE GENERAIS? CONCHAVO DE CARDEAIS?(*) Arte imita a Vida, que imita a Arte, que imita a Vida, que imita a Arte? Qual o todo...
-
NUANCE sinto nuances no espectro dos sentidos de cada palavra sei conotações e aspectos ainda os mais sutis de quem as debulha e...
-
ESPER.ANT.O: KONVERSACI.O POR GRUP.O.J KAJ ENTREPREN.O.J Prav.ig.o : Ĉu emoci.a.j kaŭz.o.j mal.help.as fluec.o.n en Esperanto? Ki.o : ...